Preço de banda larga fixa no Brasil caiu quase pela metade em dois anos
Desde 2008, os preços dos serviços de internet rápida no Brasil caíram quase pela metade.
O preço da banda larga fixa no Brasil é de US$ 16,91, o que representa  apenas 21% do preço médio mundial, de US$ 78,90, como a União  Internacional de Telecomunicações (UIT) apontou no estudo Measuring the  Information Society 2011. Segundo o levantamento, o Brasil subiu 14  posições no ranking que registra os valores da cesta de serviços de  banda larga fixa entre 165 países, passando da 70ª posição para a  56ª.           
Desde 2008, os preços dos serviços de internet rápida no Brasil caíram  quase pela metade. Naquele ano, o estudo da UIT apontou para uma cesta  de US$ 28. O levantamento, que considera uma franquia mensal de download  de 1 Gigabyte, mostra ainda uma queda na participação percentual do  preço da cesta da banda larga fixa na renda média bruta per capita  brasileira, que caiu de 6,9% em 2008 para 2,5% em 2010.
Essa melhora é significativamente superior quando comparada a outros  países das Américas (incluindo Estados Unidos e Canadá). De acordo com  dados do capítulo 3 do estudo da UIT, a banda larga nas Américas pesa  22% na renda média bruta per capita dos consumidores de todos os países  da região, o que significa oito vezes mais que a do Brasil.
Essa queda nos preços é fruto do trabalho constante das prestadoras para  a massificação dos serviços de internet rápida no Brasil e da elevada  concorrência entre elas. Segundo o balanço de agosto da Associação  Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), já há no País 47,8 milhões  de acessos em banda larga, sendo 16,1 milhões de conexões fixas e 31,7  milhões móveis, incluindo modems de acesso à internet e celulares de  terceira geração (3G).
De acordo com o estudo da UIT, houve melhora também nos serviços de  telefonia fixa e móvel do País. O peso da cesta de serviços na renda  média bruta per capita caiu de 4,2% para 3,4% na telefonia fixa e  de  9,2% para 8,5% na telefonia móvel.
O secretário-geral da UIT, Hamadoun Touré, em palestra proferida no dia  15 de setembro, na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),  avaliou que a elevada carga tributária brasileira é uma barreira para a  expansão dos serviços de telecomunicações. “O problema não está nas  operadoras, nem no governo federal, está nos impostos locais, que são  muito altos no Brasil”, afirmou. A carga tributária brasileira é de 42%  em média, impactando diretamente o consumidor.
Os investimentos realizados pelo setor também têm ampliado a capacidade  de escoamento de tráfego de dados nas saídas internacionais do Brasil,  que dobrou nos últimos dois anos, passando de 6,2 Megabits por segundo  (Mbps) por usuário, em 2008, para 12,6 Mbps em 2010.
O estudo mostra também que a internet ainda é pouco aproveitada no  Brasil. Segundo a UIT, o uso da internet por grau de escolaridade é  baixo entre os brasileiros, alcançando cerca de 80% das pessoas que têm  curso superior, aproximadamente 60% das de nível médio e menos de 30%  entre aquelas que têm apenas o ensino básico. Essa realidade indica que é  necessário atender às demandas sociais básicas com soluções completas  com Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), estimulando por  exemplo o uso da internet desde a escola.